Esta coluna visa a informar os leitores sobre atividades comunitárias de interesse dos cidadãos de Petrópolis, especialmente dos bairros que foram estabelecidos nos morros, beira de rios e periferia da cidade. A coluna está aberta aos grupos e associações das comunidades para que divulguem suas iniciativas coletivas de incentivo à participação social nas políticas e programas governamentais e nas melhorias locais. É um convite ao intercâmbio e à divulgação das reflexões sobre os problemas comuns enfrentados no cotidiano da vida comunitária e também das ideias e ações criativas que a comunidade encontra para transformar as condições de vida no seu território.
Sugestões de pautas, matérias e notícias podem ser enviadas para o e-mail forumitaborai@fiocruz.br
Comunidade Primeiro de Maio - Horta Comunitária
A associação de moradores do bairro Primeiro de Maio realizará um encontro com o objetivo de promover um dia de cuidado e aprendizado sobre a horta comunitária criada no dia 26 de outubro.
O evento será na próxima segunda-feira, 09 de dezembro, às 8h. A atividade é aberta a todos os moradores da região.
Clique aqui para conhecer mais sobre a horta comunitária de Primeiro de Maio.
Fórum Itaboraí promove encontro de líderes comunitários petropolitanos
Provocados por espetáculo do Teatro do Oprimido sobre racismo, participantes refletiram e discutiram sobre desigualdades sociais
No último dia 15 de novembro, líderes das comunidades Nossa Senhora de Fátima, na Posse; do Alemão, no Retiro; da Glória, em Corrêas; e do Meio da Serra estiveram reunidos na comunidade de Pedras Brancas, na Mosela, para trocar ideias e intercambiar conhecimentos e experiências frente aos desafios destes territórios petropolitanos, que vivem problemas socioeconômicos e ambientais similares.
A iniciativa foi facilitada pelo Fórum Itaboraí que coordena o projeto para o desenvolvimento, replicação e aperfeiçoamento de tecnologia social para inclusão cidadã nestes cincos territórios de agudas desigualdades sociais em Petrópolis. Este projeto é um dos 61 selecionados em todo o país na chamada pública de 2018 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq; do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC; e do Ministério da Cidadania.
O encontro aconteceu na quadra da comunidade Pedras Brancas, com o apoio da associação de moradores do bairro, e reuniu cerca de 40 pessoas. O ponto alto foi a apresentação da peça “Suspeito”, encenada pelo coletivo do Centro do Teatro do Oprimido “A Cor do Brasil” que reúne artistas-ativistas afrodescendentes interessados em aprofundar e ampliar a discussão pública sobre o racismo através da arte. “Suspeito aborda o racismo institucional e difuso, que, apesar de estar presente na vida cotidiana de negros e negras e de produzir consequências concretas para a desigualdade racial no país, ainda parece imperceptível por estar camuflado em um misto de camaradagem e meritocracia”, explica Alessandro Conceição, que integra o elenco Cor do Brasil. Ainda, segundo o ator, “a forma difusa e simbólica de expressão desse racismo cotidiano dificulta tanto a identificação quanto a luta por sua superação”.
De acordo com Marina Rodrigues, analista social do Fórum Itaboraí, o Teatro do Oprimido foi escolhido como ferramenta para aproximação e articulação territorial entre comunidades que vivem realidades similares. “São comunidades localizadas em diferentes regiões de Petrópolis, inclusive nas fronteiras do município, mas que guardam muita proximidade quando estamos falando da realidade social, econômica e ambiental desses lugares. E com o Teatro do Oprimido buscamos provocar uma reflexão sobre situações, condições e vivências tão comuns quanto cotidianas das pessoas que habitam estes territórios, que encontram poucos espaços e tempo para pensar, problematizar e dialogar sobre questões que as afetam. E, certamente, trocando experiências e ideias as comunidades se fortalecem”, avalia a pesquisadora.
Cláudio Noronha é presidente da Associação de Moradores do Alemão, comunidade localizada no Retiro, formada, segundo ele, por cerca de cinco mil habitantes. O líder comunitário participou do encontro e conta que a peça “Suspeito” o provocou a pensar e a perceber que tem pessoas que ainda não desistiram de lutar por um Brasil melhor. “A peça fala sobre racismo, sobre desigualdade e fala nossa língua, nos sentimos parte do que é colocado ali. Eles mostraram uma realidade que vivemos todos os dias, no shopping, nas ruas, no trabalho, e que pessoas como nós não têm coragem e não sabem se manifestar diante disso. É uma peça que precisa passar pra quem vive lá na comunidade, até para despertar nos jovens, nas pessoas de forma geral, o desejo de se abrirem, de desabafar e também saber como lidar com situações como estas, de discriminação”, explica Noronha. “Participar de encontros como este nos tiram da zona de conforto, nos permitem ter novas ideias e conhecer experiências de outros líderes que vivem situações parecidas com as nossas. Eu moro dentro de uma comunidade que precisa ter estas perspectivas. Saí renovado”, celebra o líder comunitário.
Com apoio do Fórum Itaboraí, moradores da comunidade Primeiro de Maio criam horta comunitária
Mais de 30 pessoas, entre crianças e adultos, participaram do mutirão
No último sábado, 26, mais de 30 pessoas, entre crianças e adultos da comunidade Primeiro de Maio, em Madame Machado, Itaipava, participaram de um mutirão para criação de uma horta comunitária, com o propósito de unir os moradores e contribuir com a qualidade alimentar de quem vive na localidade. A iniciativa é da associação de moradores do bairro e conta com o apoio técnico do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis, e com a parceria do quilombo da Tapera, na doação de mudas.
O morador e presidente da Associação de Moradores de Primeiro de Maio/Madame Machado, Amilton Oliveira, conta que a ideia nasceu do desejo de alguns moradores de criar uma horta medicinal para incentivar a comunidade a plantar seu próprio remédio. “Mas com o apoio da Fiocruz fomos amadurecendo nossa proposta e entendemos que poderíamos ter mais que plantas medicinais, poderíamos plantar também hortaliças, para nossa alimentação. E mais: a horta será um lugar onde vamos nos encontrar, onde cuidaremos juntos do que vamos consumir e, unidos, podemos realizar outras ações para o bem de nosso bairro”, comemora Amilton.
Durante o mutirão, crianças e adultos prepararam os canteiros, abriram os berços para as mudas, realizaram o plantio e cobriram a área com capim, para proteger o solo. Dentre eles estava Adalberto Bernardes, pedreiro e morador do bairro há 40 anos, nascido e criado na roça e que disse amar mexer com a terra, plantar, cuidar, ver crescer e depois colher. “Foi divertido e importante para a comunidade, principalmente para muitas crianças, que nunca tinham lidado com a terra e só veem determinados alimentos na quitanda ou no prato. E incrível conhecer como as coisas acontecem na natureza e saber que você pode ser parte disso”, avalia o morador. Adalberto faz questão de sugerir que, com a união da comunidade, o próximo mutirão poderá ser para reflorestar uma área no alto da comunidade, região onde existe uma nascente que abastece, segundo ele, pelo menos 60 moradores da comunidade e que vem sendo degradada pelo fogo e pelo desmatamento, além de ser um local onde já houve tentativa de invasão e loteamento.
A horta comunitária está sendo implantada nos fundos da própria Associação, em uma parte do terreno que estava, segundo Amilton, com mato alto e aspecto de abandonada. “Estamos dando uma nova função ao espaço. O próximo passo é finalizarmos o sistema de irrigação, que faremos com a ajuda de moradores e de técnicos da Fiocruz. Em seguida, ainda em novembro, realizaremos uma reunião comunitária para juntos elaborarmos como será o cuidado, as contribuições voluntárias de quem quer participar e como a comunidade vai se beneficiar do que for produzido. Uma das ideias é fazermos uma feira livre, em frente à Associação, com o excedente, para ajudar a manter a horta, até porque não temos feira dentro do bairro. Vai ser bom pra todo mundo”, visiona, entusiasmado, o presidente da Associação. Ele acrescenta, ainda, que nos planos está também a construção de uma estufa, para produção de mudas tanto para atender a horta quanto para fazer o intercâmbio com outras comunidades.

Bairro de Vila Rica, em Pedro do Rio, realiza segunda mostra de talentos
Iniciativa é apoiada por Acordo de Cooperação entre Secretaria Municipal de Saúde e Fórum Itaboraí - Fiocruz Petrópolis

Bairro de Vila Rica, em Pedro do Rio, realiza mostra de talentos
Iniciativa é apoiada por Acordo de Cooperação entre Secretaria Municipal de Saúde e Fórum Itaboraí - Fiocruz Petrópolis
Fórum Itaboraí - Fiocruz/Petrópolis participa da criação de Conselho Local de Saúde na Comunidade 1º de Maio
Ação é resultado de um Acordo de Cooperação com a Prefeitura de Petrópolis
No dia 23 de fevereiro, a equipe social do Fórum Itaboraí participou do “Fórum para a eleição do Conselho Local de Saúde da Comunidade 1º de Maio / Madame Machado”, em Petrópolis. Este foi o primeiro Conselho Local de Saúde da cidade de Petrópolis, criado com base na Lei Municipal Nº 7.705, de 12/09/2018, dos oito previstos de serem implantados no município e representa um resultado concreto do Acordo de Cooperação entre a Prefeitura Municipal de Petrópolis e o Fórum Itaboraí / Fiocruz para o desenvolvimento de um plano abrangente de promoção da saúde, iniciado durante o primeiro trimestre de 2017.
Realizado na sede da Escola Municipal Amélia Antunes Rabello, que fica na própria comunidade, o Fórum reuniu público superior a 50 pessoas, entre moradores, trabalhadores locais da saúde e representantes de diversos setores da gestão pública municipal, como a Secretária de Saúde, Fabíola Heck, a Secretáriad e Educação, Marcia Palma; o diretor da Comdep (empresa pública responsável, entre outros, pela gestão de resíduos sólidos no município), Marcos Albuquerque, o assessor da Secretaria de Esporte e Lazer, Marcelo Costa, e o vereador Silmar Fortes.
Durante o encontro foram eleitos os titulares e suplentes do Conselho recém criado, dos quais quatro são integrantes da comunidade e quatro são profissionais da gestão pública, sendo dois da área da Saúde, um da Educação e um da Assistência Social.
O caráter intersetorial e a paridade entre membros locais e representantes do poder público são aspectos fundamentais na constituição do Conselho Local de Saúde para que ele possa alcançar seu principal objetivo: ser um ambiente formal em que moradores e profissionais da gestão pública atuantes no território possam, juntos, dialogar, discutir e propor soluções para os problemas locais.A ideia é implementar a educação ambiental a partir da perspectiva da gestão comunitária. Crianças, jovens e adultos podem conhecer e participar da sua comunidade e se assumirem como sujeitos que atuam no seu território para transformá-lo num lugar agradável de se viver. Nesse sentido, é importante conhecer o que acontece com o lixo em Petrópolis.